segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Flor

E tu quem és?
Na janela fico a observar-te
E teus olhos a inebriar-me vago instante
Aflita! Encontro-me na janela 
Como flor que pouco regas meu amante.


Quem és?
Nos lençóis de minhas dores encontro-me
Perdida em meu siso...
Vendo a bolha de meus devaneios que tão longe vai
Sem encontro. Não anseio mais amar-te
Mas na janela ainda estou.


E eu quem sou?
Sou a flor aflita que nem tu plantaste 
Que de um jardim qualquer me apanhou
E lá me pôs, sem regar ou podar-me alma
Alimentada por minhas lágrimas
Que em água e sal faz-me pequena pétala sem cor
Onde frágil o vento leva...
Gota em gota! Dolorosa e paulatina como meu crescer.


E lá! Na janela fico a observar-te
Sem nem saber mais quem eu sou.


                                                (Derik Fonseca)


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Um comentário:

  1. Meu Deeeeus que poema lindo Derik.Um dos melhores teus, com certeza! Beijos, Vê.

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