sábado, 28 de agosto de 2010

Pouco


Pouco, pouco, muito pouco. Mas de tudo resta um pouco!
Pouco restou de teus olhos cansados e infantis! Não tão pouco foram as vezes que quis me esconder por dentro de teus braços.Ou por dentro de tuas retinas para que mesmo poucas vezes você me visse.
Pouco é que resta da noite árdua, pouco é frio! O frio é pouco frente ao que se aquecia e não se distinguia a cor de nossos pés. Pés dos quais se aqueceram perante um imprudente amor.
Não tão pouco depois foi o que me estampastes de tuas costas: - "Que lindas costas largas tu tens".
Pouco, pouco, muito pouco. Mas de tudo resta um pouco!
Pouco me acenas, e não tão pouco é o que esbanjo-te. Tudo, tudo... Meus confetes e meus carnavais.
Pouco é o que deixas de teu sorriso envaidecido e meigo outrora. Sorriso com o qual hoje me ironizas, com o qual me acanhas quando tão poucas são as horas de dizer a frente de teus diversos semblantes que simplesmente "te amo".
Pouco, pouco, muito pouco. Mas de tudo resta um pouco!
Pouco me tocas, e quando tão pouco me tocas um algo me rompe a manhã!
Algo me despétala! Na ponta de teus dedos amedrontados o tremor se estampa. Tuas mãos ásperas e pálidas se dissolvem sobre as minhas quando tão pouco me tocas.
Pouco, pouco, muito pouco. Mas de tudo resta um pouco!
Poucos são teus passos quando rumam a mim, são passos fundos e rastros ao meu olhar que inunda de felicidade... Pouca foi a felicidade e não tão pouca a ilusão! 
No retrato, tua sombra. Teu nome me sonda e tua voz me toma a razão.
Roco foi e ainda é os murmúros vindos de dentro do meu peito. E assim permanecerão!
Pouco, pouco, muito pouco. Ao menos de tudo restou-me um pouco.
        
                                                                                         (Derik Fonseca)


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